Projeto n.º2020-1-PT01-KA229-078677

Para tentar evitar o uso excessivo das tecnologias e as dependências que estas causam nos utilizadores, tornando-se em comportamentos viciantes que levam ao stress, a problemas de sono e muitas vezes a baixo desempenho social e escolar, é urgente ensinar as nossas crianças a gerirem assertivamente o tempo de que dispõem para além das aulas e trabalhos escolares. Apostar em atividades mais saudáveis, a vários níveis, em detrimento do uso descontrolado das tecnologias: televisão, computador, tablet, telemóvel, consolas… é uma aposta no bem-estar físico, psicológico, emocional, social… é uma aposta no futuro das crianças e jovens da atualidade.

É verdade que os smartphones e mais tecnologias vieram para ficar, mas também é importante entender a prevalência do seu uso problemático. Engendrar estratégias para minimizar os problemas é uma opção a considerar por todos.

Desta forma, se as crianças e jovens forem desafiados a encontrar fontes de bem-estar e realização pessoais, será meio caminho andado para usarem inteligentemente as tecnologias. Praticar um desporto, descobrir uma vocação, colecionar as mais inimagináveis peças, criar passatempos, imaginar brincadeiras, inventar jogos…fazer voluntariado (em idades mais avançadas) parecem ser ocupações bem mais vantajosas.

O projeto pretende, assim, criar alternativas para preencher e colmatar o vazio que o tempo livre possa causar. Pensa-se que centrar a atenção nos hobbies, pensados e criados pelas próprias crianças e jovens, naturalmente apoiados por todos os que são responsáveis pela sua educação e formação, pode ser uma mais valia para uma cidadania mais equilibrada, responsável e sustentável.

Pensar num hobby é também pensar numa forma de relaxar, de desenvolver faculdades cognitivas e mentais, de ajudar a perspetivar a realidade que nos cerca, de descobrir habilidades e talentos ocultos, de encontrar áreas de interesse. Mas, sobretudo, é essencial que as atividades de lazer não surjam apenas como fuga à rotina diária. Elas têm de ser agradáveis e um bom passatempo, tal como a palavra diz, tem o objetivo de deixar passar o tempo a um ritmo suave e prazeroso. 

O projeto perspetiva a seguinte dinâmica. A cada período de tempo acordado, trimestralmente, dar-se-á destaque a um clube (no total 8, tendo em conta a duração do projeto – 24 meses), onde se desenvolverão passatempos/hobbies modelo. Os alunos inscrevem-se nos respetivos clubes na escola e a partir daqui, pensarão e criarão os seus próprios passatempos que levarão para casa e para a família, com o intuito de os colocarem em prática e de os desenvolveram pela vida fora. São apontados os seguintes: Clube de Construção de Jogos e das Brincadeiras (Clube Nº 1); Clube de Artes Manuais e Domésticas (Clube Nº 2); Clube de Jardinagem e Ambiente (Clube Nº3); Clube de Colecionismo (Clube Nº 4); Clube de Canto/Música/Dança/Expressão Dramática (Clube Nº 5); Clube de Leitura (Clube Nº 6); Clube de Ciências Experimentais (Clube Nº7); e Clube do Voluntariado (Clube Nº 8). A cada três meses, far-se-á a divulgação do Clube calendarizado, através da afixação de cartazes para o divulgar à comunidade educativa, proceder-se-á à recolha de inscrições e programar-se-ão as atividades, entretanto já pensadas, dando-as a conhecer, aos alunos aderentes, numa reunião, por exemplo, os objetivos das mesmas e todas as informações consideradas relevantes para o seu funcionamento.

Cada país parceiro fica responsável pela implementação e dinamização de um ou dois clubes e das respetivas revistas, que serão parte do produto final de cada um deles. Sendo o número de parceiros inferior ao número de clubes, o país coordenador dinamiza o primeiro e um outro a decidir e um dos restantes países, voluntariamente, dinamizará também dois. Os clubes de verão ficam sem país dinamizador. Os alunos e famílias incumbir-se-ão da sua concretização. Durante o período de preparação da candidatura do projeto, o país coordenador procederá à auscultação dos parceiros no sentido de cada um escolher o Clube/Clubes que pretende dinamizar, usando para tal um documento elaborado para o efeito, onde cada um mostrará a sua preferência e todos fiquem com conhecimento das respetivas pretensões.

Envolver-se-ão no projeto toda a comunidade educativa e as famílias, no sentido de se trabalharem, em articulação, objetivos ligados à educação/formação integral das crianças e de se fazer a articulação também com objetivos curriculares.

A implementação do projeto visa os seguintes objetivos:

  • Consciencializar as crianças e respetivas famílias para o impacto que as novas tecnologias têm na sua vida presente e futura;
  • Alertar para a necessidade de se definirem regras de utilização assertiva das tecnologias, na escola e na família;
  • Fomentar a aprendizagem ao longo da vida e a educação não formal;
  • Elucidar os pais e educadores da importância do desenvolvimento motor e cognitivo da criança, tornando-as mais hábeis, através da manipulação de diferentes objetos e materiais, no exercício/raciocínio mental, nas brincadeiras e na criação/invenção de formas de preencher o seu próprio tempo, promovendo a reciclagem;
  • Compreender as necessidades da criança no desenvolvimento das suas habilidades linguísticas e na forma como se relaciona com o outro, de forma segura e sustentável;
  • Aconselhar vigilância e sentido de responsabilidade, sempre que a criança use a internet para estabelecer a comunicação com pessoas mais próximas;
  • Incentivar à criação de novos desafios, ao testar de capacidades, à prática experimental, ao aprender a aprender;
  • Motivar para a diversão, a brincadeira, simultaneamente desenvolvendo habilidades intrínsecas ao crescimento do indivíduo;
  • Evitar na criança o sedentarismo e a falta de interação social;
  • Desenvolver a capacidade de se relacionar com o outro e com o mundo real, evitando o isolamento quando dá prioridade às tecnologias;
  • Ensinar a abdicar da pressão social e a não despender quantias avultadas na aquisição de tecnologia, substituindo-a por algo mais económico;
  • Envolver no projeto indivíduos e instituições da sociedade civil e do setor privado e público para parcerias na concretização de algumas atividades.

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